20.9.07

Pelos caminhos da Leitura


Compreensão

"Procura achar o que há de melhor numa pessoa, e diz-lhe isso. Todos nós precisamos deste tipo de estímulo; cada vez que o meu trabalho é elogiado, torno-me mais humilde, porque não me sinto ignorado ou indesejado.


Todo o mundo possui alguma coisa que merece ser elogiada. Elogios significam compreensão. Somos excelentes seres humanos no nosso íntimo, e ninguém é melhor do que os outros; aprende a ver a grandeza do teu próximo, e verás também a tua própria grandeza."

Kahlil Gibran, em "Cartas de Amor do Profeta".


Imagem: Olhares.com.

4.9.07

Pelos caminhos da Leitura...

"O amor é consciente de si mesmo. É um impulso criativo; não tem outro propósito além de se preencher a si mesmo.
O ser humano é perfeito nas suas imperfeições. Tenho que aceitar que quando alguém se move muito devagar em determinada direcção é porque essa é a única maneira de ele percorrer aquele caminho.
A mesma coisa acontece com o amor."




Kahil Gibran, em "Cartas de Amor do Profeta"
Imagem: Olhares.com

3.9.07

Os Filósofos...e a sua concepção da Mulher...

"(...) Platão (...) era da opinião de que as mulheres poderiam governar o Estado tal como os homens, precisamente porque os soberanos devem governar a cidade-Estado em função da sua razão. Segundo Platão, as mulheres tinham tanta racionalidade como os homens, se recebessem a mesma formação, e se fossem ainda libertas do cuidado das crianças e das tarefas domésticas (...) ele diz também que um Estado que não educa e forma mulheres é como um homem que apenas exercita o seu braço direito. (...) Platão tinha uma opinião positiva dass mulheres - pelo menos para o seu tempo.



(...)


(...)[a] opinião de Aristóteles sobre a mulher (...) não era tão animadora como a de Platão. Aristóteles pensava que algo faltava à mulher. Ela é um «homem incompleto». Na reprodução, a mulher é passiva e receptora, enquanto o homem é activo e dador. Por isso, segundo Aristóteles, a criança herdava apenas as características do homem. A mulher é como o terreno que recebe e conserva a semente, enquanto o homem é o próprio «semeador». Ou, dito de uma forma verdadeiramente aristotélica: o homem dá a «forma», a mulher dá a «matéria». É surpreendente e lamentável que um homem tão perspicaz como Aristóteles se pudesse enganar de tal forma no que diz respeito à relação entre sexos. No entanto, revela duas coisas: em primeiro lugar, Aristóteles não tinha muita experiência prática da vida das mulheres e das crianças; em segundo lugar mostra como nos podemos enganar quando os homens detêm o poder absoluto na filosofia e na ciência.


A concepção aristotélica da mulher é particularmente grave porque se tornou predominante durante a Idade Média, e não a de Platão. Deste modo, também a Igreja herdou uma concepção da mulher para a qual não há justificação nenhuma na Bíblia. Jesus não era de modo algum inimigo das mulheres!"




Jostein Gaarder, em "O Mundo de Sofia"
Imagem: google.com, pesquisa em Marie Currie




Curioso não? Já agora...sabiam que o único cientista detentor de dois prémios Nobel é uma mulher (um em parceria certo é)?...Marie Currie




Pensar e sentir?...ou...Sentir e pensar?

"(...) Platão queria encontrar algo eterno e imutável no meio de todas as transformações. Deste modo, encontrou as ideias perfeitas, que são superiores ao mundo sensível. Além disso, para Platão, estas ideias eram mais reais do que todos os fenómenos da natureza. Primeiro, vinha a ideia «cavalo» - em seguida, todos os cavalos do mundo sensível, que galopavam como cópias na parede de uma caverna. Logo, a ideia «galinha» veio antes da galinha e do ovo.

Aristóteles achava que Platão tinha posto tudo às avessas (...) a ideia «cavalo» é, para ele [Aristóteles], apenas um conceito que nós homens formámos, depois de termos visto um determinado número de cavalos. Para Aristóteles, a «forma» cavalo consiste nas características do cavalo - diríamos hoje na espécie cavalo.

Vou precisar: pela «forma» cavalo, Aristóteles designa aquilo que é comum a todos os cavalos (...) Para Aristóteles, as «formas» residem nas próprias coisas como qualidades específicas das coisas.

(...) Para Platão, o grau máximo de realidade é o que pensamos com a razão. Para Aristóteles, é igualmente evidente que o grau máximo de realidade é o que percepcionamos ou sentimos com os sentidos. Segundo Platão, aquilo que vemos à nossa volta na natureza é apenas reflexo de algo que existe no mundo das ideias - e consequentemente na alma do homem. Aristóteles dizia exactamente o contrário: aquilo que está na alma do homem é apenas reflexo dos objectos da natureza. O mundo real é a natureza, segundo Aristóteles, enquanto Platão fica preso a uma concepção mítica do mundo que confunde as representações do homem com o mundo real.

Aristóteles aponta para o facto de que nada existe na consciência que não tenha existido primeiro nos sentidos. Platão poderia ter dito que não há nada na natureza que não tenha existido primeiro no mundo das ideias.

(...) Aristóteles defendia que tudo o que temos em pensamento e em ideias chegou à nossa consciência através daquilo que vimos ou ouvimos. Mas também temos uma razão inata (...) Aristóteles não [o] negava (...) Muito pelo contrário: para Aristóteles , a razão é precisamente a característica mais importante do homem. Mas a nossa razão está completamente «vazia» enquanto não sentirmos nada. Logo, um homem não possui «ideias» inatas."


Jostein Gaarder, em "O Mundo de Sofia"
Imagem: google.com, pesquisa em "Alegoria da caverna"

Pensar e sentir?...ou...Sentir e pensar?